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Álcool e direção: Em 2024, 2 mil motoristas foram flagrados embriagados ao volante nas rodovias de MS

por editor
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Em 2024, nas rodovias federais, 520 foram autuados em flagrante por embriaguez ao volante.

Dupla que não combina: álcool e direção. O álcool altera a capacidade de reação, a atenção e a coordenação, aumentando o risco de acidentes. E por falar em acidentes, quase sempre são de resultado grave. Em 2024, 2 mil motoristas foram flagrados dirigindo embriagados nas estradas de Mato Grosso do Sul.

No último domingo (7), por exemplo, uma família foi destruída em um grave acidente causado por um mecânico bêbado. Uma mãe e três filhos morreram devido à imprudência do motorista. 

A tragédia, assim como muitas outras registradas ao longo dos anos, deveria ter servido de alerta, cuidado, atenção por quem segura o volante de um carro e se torna o responsável por todos que trafegam na via. Porém, só nas rodovias de Mato Grosso do Sul, mais de 2 mil motoristas foram autuados por embriaguez ao volante. A maioria deles, nas rodovias federais, de grande fluxo.

Dados da PMR (Polícia Militar Rodoviária), por exemplo, mostram que em 2024, 106 motoristas testaram positivo para o teste do bafômetro nas rodovias estaduais, sendo que 135 se recusaram a fazer o teste, ou seja, o número de motoristas embriagados, pode ser ainda maior. 

Este ano, até o momento, 20 foram multados por embriaguez ao volante. Já nas rodovias federais, o aumento é de quase 20% no número de motoristas que testam positivo, mas há ainda os autuados por recusa, ou seja, não aceitaram realizar o teste do bafômetro (que não é obrigatório), entretanto os policiais identificaram sinais de embriaguez. 

Veja no quadro abaixo:

Apesar do aumento de 180% nos testes de alcoolemia realizados nas rodovias federais do Estado, ou seja, de 21.243 no ano passado para 59.532 testes deste ano, houve uma redução de aproximadamente 3,8% no número de motoristas flagrados dirigindo bêbados. Neste trimestre, foram 126 motoristas, sendo que no ano passado 131 foram flagrados.

Além disso, os números apresentam uma redução de aproximadamente 19,45% em motoristas que se recusaram a realizar o teste, os três primeiros meses registraram 298 recusas, contra 370 no ano anterior.

Dirigir embriagado é crime

Dirigir embriagado é crime, sendo considerado infração gravíssima no CTB (Código de Trânsito Brasileiro), no artigo 165.

Aqueles que foram flagrados dirigindo sob influência de álcool recebem multa no valor de R$ 2.934,70, além de ter a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) reconhecida e o direito de dirigir suspenso por 12 meses.

Vale lembrar que o crime não exige que o motorista cause um acidente. Basta que ele coloque em perigo concreto a segurança viária. 

Em casos mais graves, quando o teste de alcoolemia aponta um índice maior que 0,34 miligramas de álcool por litro de ar expirado, o motorista pode ser enquadrado criminalmente. 

Nesse caso, além das penalidades administrativas, ele pode ser preso em flagrante de seis meses a três anos, dependendo das circunstâncias.

Mãe e três filhos morreram em acidente causado por motorista bêbado

Embriaguez e morte no trânsito

No acidente de domingo (6), há informações de que, além de bebida alcoólica, o motorista teria usado cocaína antes de pegar viagem. Ele bateu contra o carro, onde estava uma família. Na ocasião, faleceram a mãe e três filhos, na BR-060, entre Sidrolândia e Campo Grande.

Morreram Drielle Leite Lopes e seus três filhos: Helena Leite Saraiva, de 10 anos, João Lúcio Leite Saraiva, de 2 anos, e o pequeno José Augusto Saraiva, de apenas 3 meses.

O marido de Drielle e o filho, de 12 anos, sobreviveram. O adolescente continua internado, já o pai recebeu alta e participou do velório e sepultamento da família.

O mecânico David Lopes Queiroz teve a prisão preventiva decretada em audiência de custódia.

Informações passadas pelo irmão do mecânico para os policiais que atenderam a ocorrência são de que, no dia do acidente, o autor fez uso de cocaína. Quando os policiais chegaram à Santa Casa, onde o mecânico estava internado sob escolta, ele apresentava sinais de embriaguez, com fala arrastada e palavras de baixo calão. Ele está internado sob escolta policial e foi pedida sua prisão preventiva. 

A família voltava de um passeio, já que haviam ido visitar a mãe de Drielle. A suspeita para o acidente é uma tentativa de ultrapassagem mal sucedida.

O veículo Corsa, do autor, teria tentado ultrapassar uma carreta, mas não conseguiu, já que a Saveiro, da família, vinha na direção contrária. Nesse momento, ao tentar retornar para pista, bateu na lateral da carreta e acabou atingindo a Saveiro.

O motorista do Corsa não usava cinto de segurança e foi arremessado para fora do carro. Logo em seguida, o carro acabou caindo no barranco e pegando fogo. 

(Nathália Alcântara, Midiamax)

Cortejo marcado por dor e revolta

Revolta, choro, estado de choque. Assim foi a despedida de Drielle Leite Lopes e seus três filhos: Helena Leite Saraiva, de 10 anos, João Lúcio Leite Saraiva, de 2 anos, e o pequeno José Augusto Saraiva, de apenas 3 meses, mortos em um acidente na BR-060, entre Sidrolândia e Campo Grande. A mãe de Drielle estava em estado de choque durante o velório, que aconteceu na Câmara de Vereadores da cidade.

O marido de Drielle teve de ser amparado por amigos e familiares durante a despedida da esposa e filhos. O bebê de 3 meses foi velado com caixão fechado. “Em relação ao acidente, eu quero a Justiça. Não vai trazer de volta, mas que não aconteça com outros. Porque não foi um acidente, foi uma tragédia, provocada por um ser embriagado, que não pensa na consequência do que vai dar. Destruiu, destruiu muitas famílias”, disse Aucelia Gomes, sogra de Drielle.

A família tinha ido passar o fim de semana em Sidrolândia para visitar a mãe de Drielle para contar a novidade da compra da casa própria que o casal havia conquistado há uma semana, em Campo Grande. “Eles (nora e netos) era amor, família unida, um pelo outro. Era assim, só brincando, ia para o mercado brincando. Eu ia lá e não sabia o que fazia, colocou o nome de dois filhos, por mim, José e João”, disse Aucelia.

Já sobre o filho, marido de Drielle, a mulher contou que emocionalmente, ele está destruído. “Os ferimentos não foram muitos, mas o emocional está destruído. Ele até falou que não quer mais viver, mas tem outro filho, né? Nós vamos dar muita força para ele, e Deus já está segurando a mão dele. Nós vamos nos unir um pelo outro”, falou.

O neto de 12 anos que sobreviveu ao acidente continua internado e já teria passado por cinco cirurgias desde o acidente. “Vai ser um tratamento longo, doloroso, mas ele está fora de perigo. Quebrou os dois fêmures, os dois braços e o maxilar”, contou Aucelia. 

Imagem Destaque: Dirigir embrigado é crime (Divulgação, Detran-MS)
Fonte: Layane Costa, Mirian Machado / Midiamax

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