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Cadê o dinheiro? Mesmo com recursos liberados, prefeitura de Campo Grande continua com obras paradas

por editor
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Mesmo com recursos liberados e licitações já concluídas, importantes obras urbanas em Campo Grande estão paradas ou em marcha lenta devido à má gestão da prefeita Adriane Lopes (Patriota), deixando uma dúvida na cabeça da população: se as obras não avançam, cadê o dinheiro delas? Para essa pergunta, o Diário MS News também quer saber a resposta, afinal, são obras que vão consumir milhões de reais e são esperadas, no caso de algumas delas, há anos pelos campo-grandenses.

No caso das obras de sinalização da Avenida Três Barras, que custarão R$ 1.071.643,07, a empresa vencedora da licitação foi a Meng Engenharia Comércio e Indústria Ltda., que será responsável pela execução de sinalização viária horizontal, vertical e semafórica da via. Além da sinalização, a avenida também passará por obras de reordenamento viário, no valor de R$ 2.357.117,07, sob responsabilidade da Rial Construtora, totalizando, dessa forma, um custo total de mais de R$ 3,4 milhões.

Com relação apenas a sinalização semafórica, serão contemplados os seguintes cruzamentos: Av. Três Barras x Av. Marquês de Lavradio x Av. José Nogueira Vieira; Av. Três Barras x Rua Domingos Jorge Velho; Av. Três Barras x Rua Miguel Sutil; Av. Três Barras x Rua Felipe Camarão. Já o reordenamento viário será no trânsito na Avenida Três Barras, trecho da rotatória com a Avenida José Nogueira Vieira e Rua Marquês de Lavradio, no Tiradentes.

O projeto prevê a retirada da rotatória e construção de canteiros, onde serão instalados dois conjuntos semafóricos. A intervenção também inclui a pavimentação de um trecho de 200 metros na Rua Manoel da Nóbrega, paralela à Três Barras, e de 70 metros da rua Miguel Sutil, transversal à Três Barras. Em uma quadra das ruas Domingos Jorge Velho e Miguel Sutil será adotada a mão única. Já no trecho da Três Barras, com a remoção da rotatória e construção dos canteiros, a via passará a ter duas pistas de rolamento.

A expectativa, segundo a Prefeitura, é que com a mudança o tráfego tenha maior fluidez e o tempo de deslocamento seja reduzido. Isto porque o motorista que vem do bairro poderá seguir em frente pela Três Barras ou entrar na José Nogueira Vieira, com o tráfego regulado por semáforo. Hoje, para fazer o trajeto em direção ao Centro, o motorista precisa entrar na José Nogueira, passar pela Rua Final, entrar na Marquês de Lavradio, para então voltar à Três Barras, depois da rotatória.

Após o reordenamento do trânsito, está programada a continuidade do recapeamento da Avenida Três Barras, desde a Rua Conselheiro Furtado até a rotatória com a Avenida Gabriel Del Pino. No entanto, enquanto não sai do papel, o caos impera na região, que recebe, em média, 30 mil veículos, pois é um dos principais acessos aos bairros Tiradentes, Parque Dallas, Rita Vieira e Vilas Boas.

Lagoa Itatiaia

Já no caso da revitalização da Lagoa Itatiaia, a empresa Flavio Macedo e Cia Ltda. venceu a licitação por R$ 1.259.875,45, sendo que o investimento será por meio de convênio entre a Caixa Econômica Federal e a Prefeitura. Um dos cartões postais de Campo Grande, o local está abandonado e, a expectativa dos moradores, é que se torne um espaço de convivência e atividades esportivas e de lazer.

O projeto prevê a revitalização de toda área ao redor da lagoa, com calçamento e construção de três decks, com objetivo de preservar a mata ciliar e evitar que os visitantes pisem na vegetação. Também haverá uma passarela colorida, em formato de peixe, desviando das árvores. Conforme o memorial descritivo, não será permitida a remoção de quaisquer árvores existentes no local.

Em todo o entorno, será feita pista de caminhada e passeio conectando calçadas e equipamentos. Palco em alvenaria e concreto colorido também consta no projeto, para apresentações e performances artísticas. O espaço vai dispor de área de convivência com playground, fontes interativas, bancos rústicos feitos de eucalipto, mesas para jogos (dominó, xadrez, carta), reforço na iluminação, contêineres com banheiro e sala para administração e Guarda Municipal.

Área para redário será instalada em volta das árvores existentes, assim como área de convivência coberta, nas proximidades do playground. Área de contemplação, com bancos de concreto, permitirão que os visitantes apreciem o pôr do sol ou contemplem a paisagem. Além disso, a instalação de iluminação decorativa irá iluminar algumas árvores e o monumento Peixe Cará.

Pontos de internet livre serão executados nos principais pontos de aglomeração com raio de 30 metros. Toda a estrutura será adaptada para acesso de pessoas com deficiência. A Lagoa Itatiaia concentra 221 diferentes espécies vegetais (65 nativas), entre plantas terrestres, semiaquáticas e aquáticas, além de uma comunidade animal que inclui peixes, insetos, moluscos e aves. A lâmina d’água tem um metro de profundidade. Porém, assim como no caso da Avenida Três Barras, a obra está só no papel e, parece, que tão cedo não sairá do papel.

Centro Belas Artes

Após a rescisão do contrato com a empresa Orkan Construtora, a Prefeitura de Campo Grande chamou a segunda colocada na licitação da obra do Centro Municipal de Belas Artes, no Bairro Cabreúva, que está abandonada há 30 anos. A Campana e Gomes Engenharia assumiu o projeto em outubro e começou a trabalhar na fachada e no sistema hidráulico. O revestimento da parede frontal do prédio foi removido.

O projeto prevê finalizar cerca de 40% do prédio ao custo de R$ 4 milhões. A previsão é entregar essa obra até dezembro de 2023, segundo o proprietário da empresa, João Marcelo Campana. A licitação foi aberta em 2021. Cerca de 15 funcionários trabalham no local, mas está prevista a contratação de aproximadamente 45 pessoas no total a partir das próximas semanas. João conta que integrantes do MP-MS (Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul) já visitaram o local.

Apesar do prédio ter um projeto “ultrapassado”, a acessibilidade já existe, o que é uma exigência por lei federal nas obras da atualidade, e é possível cumprir o contrato, que talvez precise de aditivos, segundo o empresário. A planta de 2019, que o empresário tem em mãos, prevê elevadores; salas de artesanato, de artes plásticas, de dança, de literatura; copa; alojamentos; depósitos e outras salas.

Também está previsto no projeto licitado a desobstrução da canalização de água e esgoto e intervenções no subsolo onde, em princípio, poderá funcionar o Arquivo Histórico Municipal, com espaço para o acervo do arquivo municipal e biblioteca. O projeto ainda prevê adequações no primeiro andar para que o espaço possa abrigar a Sectur (Secretaria Municipal de Cultura e Turismo), com salas de dança, duas salas de multiuso, com até 650 lugares, e auditório com 124 lugares.

No entanto, mesmo assim, continua andando a passos de tartaruga. A obra, que originalmente abrigaria o novo terminal rodoviário da Capital, foi iniciada em 1991, mas foi paralisada três anos depois. Em 2006, o Governo do Estado repassou o prédio para a Prefeitura. Para essa nova fase o projeto seria executado por partes – a primeira foi em 2008, a partir de contrato de mais de R$ 6 milhões com a Mark Engenharia.

Em 2013, com 80% executado, a empreiteira não concluiu por conta de atraso nos pagamentos das medições realizadas e o município paralisou a obra. A empresa recorreu ao Poder Judiciário para que os pagamentos fossem feitos. Em 2017, a prefeitura assinou termo com o MPE para retomar a obra. Nova licitação foi lançada em 2019 e, em 2020, a empresa foi contratada.

Em maio daquele ano, a Justiça suspendeu a obra ao descobrir que o município ainda devia à empresa que começou a execução. Então, a empresa licitada desistiu do contrato em função de defasagem dos valores dos materiais, que ficaram mais caros. Após meses de indefinição, uma nova licitação foi lançada em outubro de 2021, resultando na classificação da Orkan, que assumiu o projeto em fevereiro deste ano, mas rescindiu o contrato.

Agora, com a contratação dessa nova empresa para executar a obra do Centro de Belas Artes, o prazo para entrega de 20% da estrutura, inicialmente prevista para março de 2023, não será cumprido. A primeira etapa da estrutura ficará pronta apenas no fim de 2024, já que a revitalização foi paralisada por cinco meses. A empresa Campana e Gomes irá concluir a instalação elétrica e hidráulica, pintura, construção dos banheiros e o acabamento com o assentamento dos pisos e instalação das janelas.

A obra, que já se arrasta há mais de 30 anos, foi retomada ainda na gestão do então prefeito Marquinhos Trad (PSD), mas estava parada desde junho do ano passado porque a empresa ganhadora da licitação não estava cumprindo com o cronograma previsto e precisou ser substituída. Ainda no começo de 2022 a revitalização do espaço já estava atrasada, já que era pra ser reiniciada em fevereiro, mas foi retomada apenas em março.

À época, a promessa era de que a parte do local que está sendo financiada pela prefeitura fosse entregue dentro de um ano, ou seja, março do ano que vem. No entanto, por causa da mudança de empreiteira, a porção que corresponde a 20% do espaço será entregue no fim do ano que vem.

Apesar da mudança na empreiteira, o orçamento, se mantém em R$ 5,1 milhões, sendo que o reajuste financeiro só pode ser feito seguindo o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC). A parte restante da estrutura será reformada por meio de uma PPP (Parceria Público-Privada), que a Prefeitura irá buscar mais adiante, quando esta primeira etapa estiver concluída.

Diário MS News

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