Preços das sacas de milho tiveram quase 50% de redução este ano, o que deve impactar diretamente nos subprodutos do milho. Um dos momentos mais aguardados do ano e que leva multidões aos arraiás atraídos pelas comidas típicas finalmente chegou. Com a entrada de junho, a temporada de festas juninas está oficialmente aberta e já é possível sentir o cheiro da pipoca e do curau servidos nas festanças.
Também já é possível ouvir o locutor dizendo: “Olha o preço baixo! É verdade!”, já que o preço dos subprodutos do milho devem baratear. A redução vem do valor das sacas do grão, que tiveram diminuição de 46,6% em comparação ao ano passado.
Segundo o economista do Sindicato Rural de Campo Grande, Staney Melo, atualmente a saca de milho está sendo comercializada em valores próximos de R$ 40/saca. Em 2022, a saca tinha preço de R$ 75.
“As comemorações encontrarão um contexto econômico bem mais favorável, com inflação controlada e preços baixos. Diferentemente do ano passado, onde os preços do milho beiravam os R$ 75/saca”, explicou o profissional ao Jornal Midiamax.
Staney explica que essa redução deve contribuir para uma maior margem no varejo e comércio de subprodutos nas festividades juninas, como a pamonha, curau, bolos de milho ou fubá, pipoca, canjica. “Acredito que o pequeno comerciante irá aproveitar muito bem este cenário econômico para fazer caixa”, opina o economista.
A época é marcada não só pelo consumo do milho, mas por outros produtos utilizados nos quitutes tradicionais, como leite, arroz, amendoim e outros cereais. Esses alimentos já estão inseridos na base da alimentação cotidiana do brasileiro, mas essa época é marcada pelo aumento da produção de preparos específicos.
Como, por exemplo:
Entre os produtos muito consumidos nesta época do ano estão o amendoim achocolatado, pé-de-moleque e de moça, doces de compota, pinhão, cocada, arroz-doce e bolos (de mandioca, fubá ou milho).
Safra positiva no milho
De acordo com estimativa da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), sairão das plantações de Mato Grosso do Sul, em 2023, aproximadamente 11,3 milhões de toneladas de milho. Essa é uma expectativa positiva na visão da economia local.
Ainda segundo os dados, no ano passado a produção foi de 12,25 milhões de toneladas de milho. Então, em termos de volume se espera uma redução de aproximadamente -8,1%.
“Isso não significa problemas em relação à safra. Muito pelo contrário, a safrinha do ano passado foi extraordinária, então o volume esperado pela Conab, este ano, representa um cenário satisfatório”, comenta Staney.
Conforme boletim semanal da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de MS), divulgado nesta semana, 94,7% das lavouras de milho (2ª safra) do Estado estão em boas condições e 5,3% são classificadas como regulares. Entretanto, até o momento, apenas 21% da safra estimada foi comercializada.
Ainda assim, o boletim traz que o futuro da cultura do milho é incerta, já que MS apresenta 54% da produção fora da melhor janela de semeadura. Assim, ela corre o risco de sofrer com problemas climáticos, como estiagem, geada e queda de granizo.
Por Fábio Oruê