Demorou, mas finalmente no próximo dia 7 de março, com o início da janela partidária para que os vereadores possam trocar de partidos sem punição, as eleições municipais deste ano movimentam oficialmente o tabuleiro político!
Segundo análise do cientista político Antonio Ueno, diretor do Grupo Ranking, com essa primeira data oficial do calendário eleitoral, os vereadores e os pré-candidatos a prefeito já poderão trocar de legenda e, dessa forma, os jogos políticos ganham força.
“Os pré-candidatos têm até o dia 5 de abril para fazer a troca partidária, porém, bem antes dessa data, a disputa das eleições 2024 já ganharão as ruas em Mato Grosso do Sul. Temos alguns partidos em destaque, que vão ter muitos candidatos a prefeitos e a vereadores”, pontuou.
Tony Ueno citou como a principal legenda o PSDB, deve ter candidaturas em mais de 60 dos 79 municípios do Estado, o partido é comandada por Sérgio de Paula e pelo ex-governador Reinaldo Azambuja. “Em outros municípios, os tucanos terão parcerias com o PP, da senadora Tereza Cristina, com o União Brasil, da ex-deputada federal Rose Modesto, PSB, Podemos e Republicanos”, projetou, completando que não se pode esquecer dos partidos que têm uma grande densidade eleitoral no Estado, como o MDB e o PT.
“O restante dos partidos estão indo de carona, principalmente o PL, que, apesar de ter nacionalmente o puxador de votos Jair Bolsonaro, todavia, é uma sigla sem rumo deficnido em Mato Grosso do Sul”, lamentou.
Campo Grande
Começando por Campo Grande, conforme o cientista político, o PSDB, com a pré-candidatura do deputado federal Beto Pereira a prefeito, deve ter ao seu lado vários partidos, como o Republicanos, PSB e o Podemos. “O PDT ainda é uma incógnita. Até agora não decidiu se lança candidato a prefeito, se apoiam Beto Pereira, ou ainda se aceita o convite de Rose Modesto, tendo como vice o deputado estadual Lucas de Lima do PDT”, analisou.
Tony Ueno completou que o PP terá uma disputa muito forte em Campo Grande com a prefeita Adriane Lopes e em municípios como Nioaque, onde o seu pré-candidato está bem posicionado, e Dourados, onde tem o prefeito Alan Guedes em uma disputa com vários pré-candidatos do PSDB. “Lá ainda tem o vice-governador Barbosinha entrando no jogo, mas, para isso, deve trocar o PP para se filiar em algum outro partido para disputar a eleição,” pontuou.
De acordo com ele, o PP deve fazer o segundo maior número de prefeitos em Mato Grosso do Sul, enquanto o PSDB deve fazer entre 40 e 60 prefeitos no Estado. “Outro partido que era grande, mas que encolheu aqui no Estado, é o MDB, tem como pré-candidato na Capital o ex-governador André Puccinelli, que já foi prefeito de Campo Grande por duas vezes, mas vive um dilema, se enfrenta a alta rejeição ou desiste para apoiar, possivelmente, a candidatura do Beto Pereira. Todavia, o MDB, que já foi dominador no Estado, hoje só tem pré-candidatos a prefeito em pouco mais de 20 municípios”, informou.
Direita perdida
Sobre o PL, o diretor do Grupo Ranking argumentou que se trata de um partido “sem rumo”, mesmo assim, deve fazer lançar em torno de 15 candidatos a prefeitos, mas ter poucos eleitos em Mato Grosso do Sul. “A maioria em pequenos municípios, principalmente nos ligados ao agronegócio e à extrema direita. O presidente estadual da sigla, deputado federal Marcos Pollon, é conhecido como um “desagregador”, mas com o passar do tempo deve aprender muito”, alertou.
Para o cientista político, duas lideranças que poderiam fazer do PL um grande partido em Mato Grosso do Sul, o deputado federal Rodolfo Nogueira, o “Gordinho do Presidente”, e o deputado estadual Coronel David. “O primeiro é uma pessoa equilibrada e deve lançar candidato a prefeito ou a vice-prefeito em Dourados e em alguns municípios do Conesul. Já o segundo é a pessoa mais preparado dentro do PL, mas está focado em seu mandato e cuidando da sua base eleitoral. O partido é uma carreta desgovernada e sem freios que, deve sair menor no fim das eleições 2024 no Estado, se continuar assim”, pontuou.
Na avaliação de Tony Ueno, a exceção para o PL é Campo Grande, onde possivelmente deve lançar o vice de Adriane Lopes. “Isso graças à grande costura feita diretamente pela senadora Tereza Cristina com o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, e com o ex-presidente Jair Bolsonaro”, recordou.
Esquerda sem força
Já o PT do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, conforme o diretor do Grupo Ranking, ensaia lançar candidatura em Campo Grande, com a deputada federal Camila Jara, e em Dourados, com o ex-candidato a senador Tiago Botelho. “O objetivo é simplesmente fazer o maior número possível de vereadores nas duas maiores cidades de Mato Grosso do Sul, pois os dois candidatos a prefeitos não são competitivos, por hora”, projetou.
No restante do Estado, de acordo com o cientista político, o deputado estadual Zeca do PT e o deputado federal Vander Loubet, que são dois grandes articuladores, devem levar o PT a compor com vários candidatos de outros partidos e assim procurar fazer o maior número de vereadores e vice-prefeitos em Mato Grosso do Sul.
Outros partidos
A respeito dos outros partidos, Tony Ueno destaca o União Brasil de Rose Modesto, deve disputar muito bem a eleição para prefeita de Campo Grande. “Quando tira o André Puccinelli do páreo, a Rose acaba liderando as pesquisas na Capital, como já foi divulgado em pesquisa registrada pelo Instituto Ranking, porém, no interior do Estado, deve participar das eleições lançando alguns candidatos a prefeito e vários candidatos a vice-prefeitos, tendo chance reais de fazer a prefeita de Nova Andradina, a esposa do deputado estadual Roberto Hashioka, a Dione Hahsioka”, citou.
Ainda conforme ele, o União Brasil também deve disputar bem no município de Guia Lopes da Laguna e Paranaíba, enquanto no restante do Estado deve lançar vários candidatos a vice e priorizar a eleição de vereadores. “Já o restante dos partidos vai pegar carona. Temos aí também o PDT e o PSB, sendo que as demais siglas deverão lançar candidatos e, salvo em algumas situações, podem até fazer de um a dois prefeitos no interior do Estado”, estimou.
O cientista político reforçou: “O momento é agora, é concentrar-se nas filiações dos pré-candidatos a vereadores e prefeitos para disputar com força as eleições de 2024”, finalizou.
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