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Fumaça, calor e baixa umidade: sul-mato-grossenses vivem os gatilhos da ‘ecoansiedade’

por editor
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Questões climáticas desencadeiam uma série de sintomas como insônia, dificuldade de respiração, aceleração cardíaca, ressecamento da pele, diminuição da frequência respiratória e irritabilidade.

Intensa nuvem fumaça voltou a cobrir a cidade de Campo Grande nesta terça-feira (8), decorrente de incêndios florestais no Pantanal, Amazônia e outros biomas de países vizinhos, como na Bolívia e Paraguai. A fumaça se soma às altas temperaturas e também à baixíssima umidade, que bateu recorde nesta semana.

Esses fenômenos climáticos, além de causarem sintomas típicos como dores de garganta e dificuldade de respiração, são gatilhos necessários para despertar um inimigo silencioso na saúde da população: a ecoansiedade.

O assunto foi tratado como um fenômeno da atualidade em reportagem do Jornal Midiamax no último mês. “Ecoansiedade” – ou “ansiedade climática” – se refere aos sentimentos de desequilíbrio emocional causados pela crise climática vivida no mundo.

Nesse contexto, um estudo da Associação Americana de Psicologia sustenta que até 50% das pessoas expostas a um desastre climático têm risco de desenvolver problemas de saúde mental, dentre os quais está a ecoansiedade. Mas, quais são os sintomas?

Omédico psiquiatra da Unimed Campo Grande, Dr. José Carlos Rosa Pires de Souza explica que esse desequilíbrio emocional causados pela crise climática gera sintomas como insônia, dificuldade de respiração, aceleração cardíaca, ressecamento da pele, diminuição da frequência respiratória e irritabilidade.

“Há impactos físicos, como gastrite psicossomática, por exemplo. A ecoansiedade pode desencadear ou mesmo agravar doenças, influenciando, inclusive, em recidivas naqueles quadros que estavam amenizados”, explica o especialista. “O que difere a preocupação ambiental com a ecoansiedade é que esta última traz prejuízo no dia a dia social, profissional, físico e psíquicos”.

Além disso, pessoas predispostas à depressão também podem desencadear a doença, incluindo àquelas que trataram e controlaram o transtorno. O médico alerta que pessoas muito estressadas, inquietas, preocupadas tendem a desenvolver a ansiedade, fator que pode gerar a ecoansiedade.

Segundo ele o sinal de alerta seria quando essa ansiedade/preocupação atrapalhar o desenvolvimento das atividades corriqueiras. A ajuda médica deve ser imediata a fim de que outros sintomas decorrentes da ecoansiedade não se agravem. “Muitas vezes, é necessário acompanhamento psicológico, terapias, outras formas para ajudar a pessoa a tratar o transtorno”.

Cidade amanheceu com fumaça intensa nesta terça-feira (Foto: Madu Livramento, Midiamax)

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