Vice-presidente mirou eleitorado feminino e classe média ao marcar diferenças entre o projeto dela e o de Donald Trump para os EUA.
A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, atacou diretamente Donald Trump nesta segunda-feira (22/7) a quem descreveu como um abusador de mulheres. Em um discurso à equipe de campanha, o primeiro após a desistência de Joe Biden, ela defendeu o trabalho do atual presidente e marcou as primeiras diferenças entre ela e o adversário republicano.
“Eu lidei com criminosos de todos os tipos. Predadores que abusaram de mulheres, homens fraudulentos que estragaram o trabalho de consumidores. Eu conheço Donald Trump, eu conheço o tipo dele”, disse Kamala, que é o nome mais cotado para assumir a posição de candidata à Casa Branca pelo partido democrata.
A conotação do discurso de Kamala mirou a figura de Trump como um homem que não respeita a lei e quer levar os Estados Unidos “de volta ao passado”. Ex-procuradora, ela lembrou os 34 processos aos quais ele responde e se posicionou como uma mulher que construiu carreira contra homens criminosos, em uma alusão a Donald Trump.
Em outra fala direta à parcela feminina do eleitorado, Kamala defendeu o direito ao aborto e disse que Trump, se tiver chance, assinaria uma proibição ao aborto em todo país. “O governo não deve dizer o que uma mulher deve fazer com o seu corpo.”
Outro ponto para o qual a vice-presidente dedicou atenção foi a condição da classe média. Ela disse que a política econômica de Trump é ruim para as pessoas que não são ricas. “Os Estados Unidos já viveram com esta política no passado, elas não levaram prosperidade, levaram à desigualdade e à injustiça econômica”.
Kamala marcou a campanha dela como uma defensora do futuro pela preservação de direitos, liberdade, oportunidades e uma promessa de “América”. Em contraposição, disse que a outra opção seria um retrocesso e um país de “caos, medo e ódio”.
Antes de marcar posição, Kamala defendeu o mandato de Joe Biden, expressou a necessidade de poder trabalhar pela continuidade. Kamala sorriu muito no discurso e foi enérgica ao comentar as aspirações dela para os Estados Unidos. Ela falou em muitos momentos sobre união no partido, mas também de toda a nação.
O presidente Joe Biden desistiu de concorrer à Casa Branca no último domingo (22/7). No mesmo dia, ele manifestou apoio ao nome da vice para fazer oposição a Donald Trump. Biden estava pressionado a renunciar à condição de candidato à reeleição desde 27 de junho.
Para que assuma a condição de candidata pelo partido Democrata, Kamala tem de passar pela convenção. No momento, ela tem tido o apoio de vários líderes da legenda. Além da chancela do nome dela para enfrentar Trump, os democratas têm de definir ainda o nome de uma pessoa como vice na chapa.
Contexto
Além do desempenho ruim, pesquisas eleitorais mostravam uma diferença maior entre Biden e Trump. Depois do atentado que quase tirou a vida de Trump e a realização da convenção do partido Republicano, ele ganhou mais visibilidade na mídia, o que aumentou a pressão contra Biden, que ainda enfrenta a Covid-19.
Créditos: Chris duMond/Getty Images