Quem é Robert F. Kennedy Jr, que deve disputar com Biden candidatura democrata à Presidência dos EUA

Político de 69 anos é sobrinho do ex-presidente assassinado em 1963. É conhecido por seu ativismo ambiental e por ser contra vacinas.

Robert F Kennedy Jr apresentou a documentação eleitoral necessária para concorrer à presidência dos EUA em 2024 como democrata.

O advogado de 69 anos é filho do senador assassinado Robert F. Kennedy e sobrinho do ex-presidente John F. Kennedy.

O tesoureiro da sua campanha, John E Sullivan, confirmou a notícia na quarta-feira (5).

Kennedy é ativista antivacina. O Instagram removeu sua conta em 2021 por “compartilhar repetidamente” informações falsas, segundo a empresa.

No sistema dos Estados Unidos, os partidos Democrata e Republicano realizam disputas internas — chamadas de primárias — para definir seus candidatos à Presidência. Kennedy é considerado um outsider na corrida eleitoral democrata.

O presidente Joe Biden indicou que concorrerá à reeleição, embora ainda não tenha declarado formalmente sua candidatura.

Esperava-se que ele lançasse sua campanha no início deste mês, mas assessores dizem que seu cronograma mudou.

A CBS News informou que ele deve anunciar formalmente sua candidatura nos próximos meses.

Robert F Kennedy Jr e sua esposa, Cheryl Hines. — Foto: Getty Images via BBC

Em março, outra democrata, Marianne Williamson, entrou na corrida presidencial.

Kennedy disse no Twitter, em março, que estava considerando concorrer à presidência. Na época, ele disse:

“Se eu concorrer, minha principal prioridade será acabar com a fusão corrupta entre Estado e poder corporativo que arruinou nossa economia, destruiu a classe média, poluiu nossas paisagens e águas, envenenou nossos filhos e roubou nossos valores e liberdades”.

Kennedy disse a uma multidão em New Hampshire em março que havia “superado o maior obstáculo” — sua esposa aceitara sua candidatura.

Como co-fundador de um escritório de advocacia ambiental, Kennedy foi elogiado por seu ativismo em questões como água potável, inclusive trabalhando para limpar o rio Hudson em Nova York.

Mas suas opiniões antivacina são antigas e provocaram uma forte reação, inclusive de sua própria família. Em 2021, sua irmã, Kerry Kennedy, disse que suas visões sobre o tema são muito perigosas.

O presidente John F. Kennedy, tio do democrata, foi baleado em Dallas em 1963. — Foto: Getty Images via BBC

Em 2019, três outros membros da família escreveram um artigo de opinião no site Politico denunciando as opiniões antivacinas de Kennedy.

Sua irmã Kathleen Kennedy Townsend, irmão Joseph P. Kennedy II e sobrinha Maeve Kennedy McKean disseram que suas opiniões eram “tragicamente erradas” e tinham”consequências mortais”.

Em 2022, o Facebook e o Instagram removeram contas de um grupo antivacina fundado por Kennedy, o Children’s Health Defense, por violar “repetidamente” as políticas da empresa sobre desinformação médica.

Embora o ceticismo sobre vacinas de Kennedy seja muito anterior à Covid, ele encontrou um novo público durante a pandemia, quando as receitas da Children’s Health Defense dobraram, atingindo US$ 6,8 milhões (R$ 34,23 milhões).

Kennedy também publicou um livro — The Real Anthony Fauci —, no qual acusou o ex-chefe de doenças infecciosas dos EUA de “um golpe de Estado histórico contra a democracia ocidental”.

Ele também invocou a Alemanha nazista durante um discurso antivacina em Washington no ano passado.

Kennedy tem um distúrbio de voz, disfonia espasmódica, que afeta os músculos de sua laringe. Ele se casou com a atriz Cheryl Hines em 2014 e mora em Los Angeles, na Califórnia.

G1