Prefeito de Maracaju por dois mandatos, de 1997 a 2005, deputado estadual mais votado em 2006, deputado federal campeão de votos em 2010 e governador de Mato Grosso do Sul também por dois mandatos, de 2015 a 2023, Reinaldo Azambuja Silva (PSDB), 60 anos, tornou-se o primeiro gestor estadual reeleito a fazer um sucessor ao eleger o atual governador Eduardo Riedel (PSDB).
Ele quebrou uma “maldição” que já durava 32 anos em Mato Grosso do Sul e demonstrou que não entrou para a política para brincadeira ao deixar o Governo do Estado com índice de aprovação acima de 70%, o que praticamente pavimenta sua eleição ao Senado da República em 2026.
Nascido em Campo Grande (MS), filho de Zulmira Azambuja Silva e Roberto de Oliveira Silva, o agropecuarista e político foi o 11º governador de Mato Grosso do Sul. Reinaldo Azambuja começou a cursar Administração de Empresas na UCDB (Universidade Católica Dom Bosco) em 1982, mas desistiu no mesmo ano, surpreendido pela morte do pai e impulsionado a assumir os negócios da família.
Mudou-se para Maracaju, após completar 18 anos e casou-se com Fátima Silva um ano depois da morte do pai, tendo três filhos: Thiago, Rafael e Rodrigo. Filiado ao PSDB, elegeu-se prefeito de Maracaju em 1996 e foi reeleito em 2000, deixando o cargo no fim do mandato, quando foi sucedido em 2005 pelo primo, Maurílio Azambuja.
Além disso, durante o período que foi prefeito de Maracaju também presidiu a Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul), sendo que, em 2006, se elegeu deputado estadual e obteve a maior votação da história de Mato Grosso do Sul ao conquistar 47.772 votos. Em 2010, elegeu-se deputado federal com cerca de 122.213 votos válidos, candidatando-se a prefeito de Campo Grande dois anos depois, em 2012.
Na época, ele obteve 113.629 votos no primeiro turno, equivalente a 25,43% dos votos válidos, não conseguindo avançar para o segundo turno, que foi disputado por Edson Giroto (MDB) e por Alcides Bernal (PP), que acabou vencendo a eleição.
Passados dois anos da derrota nas urnas em Campo Grande, Reinaldo Azambuja decide concorrer, em 2014, ao cargo de governador de Mato Grosso do Sul, tendo como candidata a vice a vereadora Rose Modesto, também do PSDB.
Concorrendo contra o ex-prefeito da Capital, Nelsinho Trad (MDB), e contra o então senador Delcídio do Amaral (PT), ele terminou o primeiro turno em segundo lugar, revertendo a colocação e se elegendo governador em segundo turno com 55,34% dos votos contra o candidato Delcídio do Amaral.
No primeiro ano de administração, Azambuja tinha cumprido seis das 23 promessas de campanha, além de ter começado a cumprir outras duas ao longo de 2015. No ano de 2016, o número mudou para cinco promessas cumpridas e três foram executadas parcialmente, enquanto outras quinze das promessas dadas pelo governador não foram realizadas.
No terceiro ano de mandato, o governador já tinha cumprido nove promessas e continuava executando outras três, enquanto 11 ainda não haviam sido colocadas em prática. Em julho de 2018, Reinaldo já tinha cumprido 12 das 23 promessas de campanha, parte dos quatro compromissos e ainda não havia colocado em prática outros sete projetos.
Em novembro de 2017, propôs uma reforma da previdência estadual, tendo 15 votos favoráveis e quatro votos contrários na primeira votação. Consequentemente, a bancada do PT na Assembleia Legislativa foi à Justiça para suspender a tramitação da proposta, mas o mandado de segurança foi negado.
Por 13 votos a 7, a reforma foi aprovada em segunda discussão, com a presença de policiais em plenário para garantir a ordem, e sancionada no mês seguinte. Azambuja declarou em seguida não se preocupar com o impacto das medidas na eleição e que opositores iriam apoiar futuramente suas medidas.
Dito e feito, nas eleições estaduais de 2018, Azambuja concorreu à reeleição, tendo como vice o ex-prefeito de Dourados e ex-vice-governador Murilo Zauith (DEM). Entre os concorrentes estavam o ex-prefeito de Mundo Novo, Humberto Amaducci (PT), o ex-presidente da Assembleia Legislativa do Mato Grosso do Sul, Junior Mochi (MDB), e o juiz federal Odilon de Oliveira (PDT).
Reinaldo Azambuja conseguiu avançar para o segundo turno contra o juiz federal Odilon de Oliveira e venceu a eleição com 52.35% dos votos. Reinaldo Azambuja terminou o ciclo de dois mandatos – oito anos de administração – como o governador que mais cumpriu promessas de campanha e um dos que alcançaram o mais alto índice de aprovação da população – 73%, segundo pesquisa do Instituto Ranking.
Para 48,4% da população, Reinaldo Azambuja entregou o Estado “melhor” ou “muito melhor” (9,5%) do que os demais Estados brasileiros, soma de indicadores positivos que equivale a 57,9% da opinião dos sul-mato-grossenses. Para 30%, o governo foi “regular” e apenas para 18% não teve bom desempenho, enquanto 3,3% não responderam.
Com essa boa avaliação, o ex-governador se credenciou a ser o candidato do PSDB para disputar o Senado em 2026, mas, enquanto essa eleição não chega, ele assumiu a presidência da Executiva estadual do partido em Mato Grosso do Sul e, nos cinco primeiros meses deste ano, já contribuiu para que o ninho tucano saltasse de 37 prefeitos filiados para 40, tendo mais dois a caminho e outros três “engatilhados”