Funcionários de todos os setores da Santa Casa de Campo Grande se reúnem no saguão, na manhã desta quinta-feira (9), para paralisação dos atendimentos. Segundo participantes, movimento segue modelo de ‘assembleia continuada’ devido ao atraso do pagamento do salário de fevereiro, que deveria ter sido pago no dia 5 deste mês. Com quadro de superlotação, paralisação segue até 12h30.
Segundo Lázaro Santana, presidente do Siems (Sindicato dos Trabalhadores a Área de Enfermagem de Mato Grosso do Sul), a diretoria da Santa Casa alega que o pagamento não foi realizado pela falta de repasse de R$ 14 milhões da prefeitura neste mês.
A Siems também organiza assembleia às 8h30 para votar em dois pontos. O primeiro é se dará continuidade à paralisação. Já o segundo é a criação de comissão para negociar o repasse diretamente com o secretário da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), Sandro Benitez.
O hospital conta com cerca de 4 mil funcionários. Conforme Santana, o movimento não se trata de um protesto, mas de uma assembleia continuada.
Funciona da seguinte forma: 250 profissionais vão paralisar por turno. Em cada período, 30% dos funcionários trabalham enquanto 70% ficam de braços cruzamos. “Não é greve, mas é assembleia continuada. Assim que o dinheiro cair na conta, os trabalhadores voltam a trabalhar”, reforça.
Superlotação na Santa Casa
Parte dos trabalhadores já pararam de trabalhar nesta manhã. Auxiliares técnicos, enfermeiros, terapeutas, fisioterapeutas, médicos, copa e vários outros setores já aderiram ao movimento. Ainda segundo participantes, a Santa Casa opera com superlotação e o quadro mais crítico é o do pronto-socorro, com pacientes aguardando leitos.
Osmar Gussi, presidente do Sintesaúde, alega que representa 1.200 trabalhadores na área de apoio do hospital. Em defesa do direito dos trabalhadores, afirma que o atraso do salário é comum.
“Se tornou rotina o atraso de pagamento, todos nós estamos nessa situação constrangedora, é um direito universal de todo o trabalhador receber pagamento. Trabalhou tem que receber”, diz.
Além disso, manifestantes afirmam que voltam a trabalhar quando salário for pago. No local, participantes cobram direitos de forma pacífica.
Midiamax